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Sentir dor é algo universal

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Dor e Endometriose

Dra. Fabíola Peixoto


 

 

Todos os seres humanos ao longo de sua existência vão ter contato em algum momento com ela. Sua definição mostra que é uma experiência física e emocional desagradável, e cada pessoa expressa a dor de acordo com suas próprias vivências, experiências anteriores.

No entanto, quando ela perde a função de alerta e passa a ser crônica, pode trazer sofrimento e prejuízo na qualidade de vida. Dados alarmantes de um estudo epidemiológico realizado na cidade de São Paulo mostram que 28,7% da população sentem dores crônicas.  Isto significa que um a cada três paulistanos tem dor persistente nos últimos 3 meses. Mas viver com dor pode ser considerado algo natural ? Por que as pessoas  demoram para procurar ajuda?  Muitos acreditam que ela faz parte do envelhecimento, que é normal conviver com aquela “dorzinha” nas costas , nas pernas ou na cabeça. E para piorar este panorama muitas vezes eles procuram assistência médica e ouvem que os exames não justificam sua dor. Frases com esta levam as pessoas a quadros de ansiedade e depressão  e a busca incessante de alguém que acredite na sua queixa.  A dor não pode ser medida através de um instrumento como por exemplo um  termômetro.

Temos que acreditar e não julgar as dores de outras pessoas já que a mesma é sempre subjetiva  e individual. Não podemos tratar os exames alterados e nem deixar de tratar um ser humano que sofre por não acharmos a causa de sua dor. Não podemos deixar que as dores não aliviadas fiquem “memorizadas” no  nosso cérebro e na medula.

A dor crônica diferentemente da dor aguda é conhecida como a  própria doença do paciente. Se não for controlada, causa prejuízos pessoais, familiares, sociais e até econômicos. Devemos tratar a dor das pessoas!  Este tratamento precisa ser instituído o mais rápido efetivamente possível para que aquela “pedrinha”jogada em um rio calmo não se alastre em ondas, acometendo outros órgãos e sistemas. A Medicina da Dor surgiu para tratar os feridos da segunda Guerra Mundial na Universidade De Washington, Estados Unidos. Iniciativas brasileiras já na década de 70 seguiram os moldes mundiais nas instalações das primeiras clínicas multidisciplinares de Dor. Observamos neste período um grande crescimento na área  e ouvimos todos os dias notícias de descobertas de novos fármacos, genes e receptores envolvidos na transmissão da Dor. E por que esta pesquisa ainda mostra em 2010 que além de conviver com as dores,  45,1 % dos paulistanos não utilizavam nenhum tipo de tratamento? Este panorama de São Paulo refletido em  mapa do Brasil precisa ser revertido.

Parafraseando o poeta de Itabira em muitas situações “a dor é inevitável mas o sofrimento é opcional”.  Vamos tratar as dores crônicas como doenças e evitar sofimentos desnecessários. Participe da campanha Pare a Dor, pois ela paralisa a vida das pessoas.


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