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Para especialista brasileiro, Vaticano avançou ao discutir as causas da infertilidade

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No momento em que os cientistas do mundo todo debatem os aspectos éticos em torno dos procedimentos de reprodução assistida, o Brasil esteve representado nas discussões sobre infertilidade, promovidas pela primeira vez pelo Vaticano, no último dia 24 de fevereiro, durante o workshop The Management of Infertility Today.
Ao lado de especialistas dos Estados Unidos, França, Itália, Holanda, Alemanha e Egito, o diretor científico do Centro de Reprodução Humana do Hospital Sírio-Libanês, Mauricio Abrão, foi o único brasileiro entre os palestrantes, ao falar das causas anatômicas da infertilidade feminina.
O evento, que reuniu médicos e cientistas de diferentes regiões do globo, foi organizado pela Pontificia Academia Pro Vita(PAV). A instituição foi criada pelo Papa João Paulo II, em 1994, com o objetivo de promover estudos e debater questões de direito e bioética relacionadas à promoção e defesa da vida. Todos os anos, a PAV realiza discussões científicas semelhantes, que têm o objetivo de embasar os posicionamentos adotados pela Igreja Católica sobre diferentes assuntos.
De acordo com o presidente da PAV, Monsenhor Ignacio Carrasco de Paula, a intenção do Vaticano foi de contribuir para os esforços que buscam diminuir a incidência da infertilidade. As discussões também tiveram o objetivo de abordar os recentes desenvolvimentos em prevenção e tratamento, além de fazer uma análise comparativa – em termos de custo e eficiência – entre intervenções terapêuticas e os procedimentos de reprodução assistida.
Para Maurício Abrão, “o fato de o Vaticano discutir a questão da infertilidade sob a ótica das suas causas, prevenção e tratamentos disponíveis representa um avanço importante”. A infertilidade é um problema que atinge 15% da população, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), configurando-se um importante problema de saúde pública para os casais. “No Brasil, infelizmente, as autoridades de saúde ainda têm a dificuldade de olhar para a infertilidade como uma doença. Isso acaba por limitar os investimentos em prevenção e tratamento adequados”, afirma Maurício Abrão.
Os temas abordados durante o workshop também geraram artigos científicos que serão publicados em uma edição especial patrocinada pelo Vaticano, que circulará juntamente com o International Journal of Gynecology and Obstetrics.

Fonte: Hospital Sírio-Libanês


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