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Tive os sintomas da endometriose desde a minha primeira menstruação, mas não sabia o que era. Fiz parte das estatísticas que diz que a maioria das mulheres só recebem o diagnóstico depois de 7 longos anos de dor e desanimo... Quando fui operada pela primeira vez tinha 26 anos e já estava com focos de endometriose no útero, ovários, bexiga e intestino.

Nesta cirurgia inclusive, perdi um ovário...mas não me disseram que era endometriose o que eu tinha. Depois de muitos anos e algumas cirurgias, conheci o médico que me “salvou”. Fui trabalhar com ele como voluntária no Ambulatório de endometriose do HC e foi quando passei a ter contato com várias mulheres e vivenciar suas angustias, dores e dificuldades. Soube que realmente tinham mulheres, e muitas, em condições muito piores do que a minha afinal eu recebi um diagnóstico, tive acesso a exames, cirurgias e medicamentos... e isso começou a me incomodar. Após 7 cirurgias fiz um tratamento para engravidar e tive trigêmeos, aos 40 anos... lindos, queridos, a razão da minha vida!

Hoje estão com 8 anos Sai do HC e fui convidada para ser responsável do Núcleo de Apoio às Portadoras de Endometriose da SBE – Associação Brasileira de Endometriose. Passei a receber emails de todo o Brasil pedindo ajuda e indicação de onde se tratar, onde encontrar um profissional que pudesse atendê-las... e ai começou mais uma grande frustração... nem nós, nem o Ministério da Saúde, tínhamos estas informações... Me senti prestando um serviço totalmente sem sentido, e resolvi sair.

Nunca saiu da minha cabeça que alguém tinha que fazer alguma coisa por estas mulheres, principalmente pelas menos favorecidas e pelas que moram longe de grandes centros médicos. Foi ai que resolvi fundar o IAPE. Quero mais do que divulgar a doença. Quero incomodar o sistema de saúde. Quero que eles reajam e passem a dar a devida importância a esta patologia. É incrível o numero de médicos que não sabem fazer o diagnóstico desta doença, é incrível o numero de jovens mutiladas pela ignorância dos médicos, é incrível o que isto custa aos cofres públicos... e a dor de não poder engravidar!

Bem, esta é uma longa história! Quem sabe vocês não me ajudam a mudar a história da endometriose no Brasil?

Beijos e obrigada pelo seu interesse pela nossa causa!

Claudia Vasconcellos

 


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